UNIC COMEMORA 62 ANOS DA PSICOLOGIA NO BRASIL COM SEMANA DA PSICOLOGIA E REFLEXÕES SOBRE ÉTICA PROFISSIONAL

UNIC COMEMORA 62 ANOS DA PSICOLOGIA NO BRASIL COM SEMANA DA PSICOLOGIA E REFLEXÕES SOBRE ÉTICA PROFISSIONAL

CRPMT 18

   Em celebração aos 62 anos da Psicologia no Brasil, a Universidade de Cuiabá (UNIC), Campus Beira Rio, realizou a “Semana da Psicologia” com o tema “Qual a ética da Psicologia?”. O evento, que ocorreu em 30 de outubro e se estendeu durante a semana, reuniu estudantes, professoras e profissionais para um debate sobre a ética no exercício da profissão, por meio de palestras, mesas redondas e oficinas práticas.

   A abertura do evento contou com a participação de representantes do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT), como a presidenta, psicóloga Keli Virgínia Ebert, que destacou a importância de alicerçar a prática psicológica no Código de Ética Profissional e nas diretrizes atualizadas que visam atender às demandas da sociedade. Ebert ressaltou que o compromisso ético deve sempre prevalecer no trabalho psicológico, com um olhar atento ao respeito e à promoção da liberdade e igualdade, valores presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

   Ela enfatizou que “a prática psicológica só se torna ética quando (a) profissional suspende seus valores pessoais e se abre para uma escuta genuína e responsável. Assim, evita-se que preconceitos ou preferências pessoais interfiram na relação com a pessoa atendida, o que pode, de forma sutil, perpetuar violências, especialmente em contextos clínicos”. Esse comprometimento ético, destacou Ebert, é essencial para que a Psicologia responda às necessidades sociais contemporâneas e promova a dignidade humana.

   Além de Ebert, o evento contou com a presença de outras lideranças do CRP18-MT, incluindo a psicóloga e tesoureira Camiéle Benedita do Carmo, e psicólogas como Jordana Luz Queiroz Nahsan, membro da Comissão de Direitos Humanos e Políticas Públicas, Rhegys M. R. Alves, coordenadora do setor de Orientação e Fiscalização, e Milena Filippo Batista e Carlos Henrique de Oliveira, agentes de orientação e fiscalização. As psicólogas conduziram uma oficina prática sobre a produção de documentos psicológicos, com foco na responsabilidade ética e precisão na documentação de atendimentos.

Reflexões sobre Direitos Reprodutivos e Sexuais

   Durante a Semana de Psicologia, a psicóloga Jordana Luz Queiroz Nahsan apresentou uma palestra sobre “Os Direitos Reprodutivos e Sexuais das Pessoas que Gestam”, onde explorou o histórico do matrimônio como estrutura de poder que limitou a autonomia das mulheres e influenciou suas escolhas reprodutivas. Com esse pano de fundo, Jordana abordou a importância da Carta dos Direitos Humanos de 1948 e os avanços legislativos decorrentes dos movimentos civis na ampliação dos Direitos Humanos Específicos.

   Ela também ressaltou como as Políticas Públicas de Saúde buscam proteger os direitos das pessoas que gestam, especialmente em questões relacionadas à Interrupção Voluntária da Gravidez. “A Psicologia, nesse cenário, não deve apenas apoiar o indivíduo, mas também se comprometer com a transformação social, promovendo a equidade e defendendo o respeito à autonomia e dignidade de todas as pessoas”, afirmou Jordana, enfatizando o papel da ética na prática profissional e a responsabilidade social das psicólogas.

Psicologia Antirracista e Interseccionalidade

   Outro Tema relevante foi trazido por Camiéle Benedita do Carmo, psicóloga e tesoureira do CRP18-MT, que abordou a importância de uma Psicologia antirracista e da clínica racializada. Durante sua fala, Camiéle destacou o conceito de interseccionalidade, ressaltando como as relações de poder moldam as interações sociais e afetam as experiências individuais, especialmente para as mulheres negras.

   A interseccionalidade, explicou Camiéle, “é uma ferramenta que ajuda a entender como as categorias de raça, gênero, classe e outras inter-relacionam, moldando a experiência humana de forma complexa”. A psicóloga destacou que, no contexto de Mato Grosso, o movimento de psicólogas pretas ainda é pequeno, refletindo um desafio contínuo para racializar e ampliar a conscientização dentro da Psicologia. Ela também chamou atenção para o fato de que a formação em Psicologia ainda carece de teóricos negros em seu currículo e que temas de matrizes africanas são, em grande parte, tratados como optativos, o que limita a compreensão das questões raciais e culturais.

Semana da Psicologia como Marco de Compromisso Ético

   A “Semana da Psicologia” da UNIC reafirmou o compromisso da Psicologia com os valores éticos e a responsabilidade social, promovendo uma formação contínua que prepara as futuras psicólogas para atuar com equidade, respeito e sensibilidade social. O evento destacou a importância de uma Psicologia que seja inclusiva e que compreenda as diversidades que constituem a sociedade brasileira, contribuindo para o fortalecimento de práticas éticas e humanizadas no exercício profissional em Mato Grosso e no Brasil.

   Essas discussões são reflexo de uma Psicologia que se posiciona diante dos desafios contemporâneos e busca responder com empatia, conhecimento e compromisso ético às demandas da sociedade.

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