Relatório aponta que 92% dos casos de óbitos maternos  poderiam ser evitados

Relatório aponta que 92% dos casos de óbitos maternos poderiam ser evitados

Com a responsabilidade de atuar em favor do controle social, que consiste na participação do cidadão na gestão pública, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP 18 – MT), prestou apoio para a realização do Fórum de Mobilização pela Redução da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, que resultou em dois relevantes documentos sobre o tema.

Representante do Conselho no Núcleo de Estudo e Organização da Mulher de Mato Grosso, do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Infantil de Mato Grosso (CEMMI-MT) e do Comitê Municipal de Mortalidade Materna e Infantil de Cuiabá-MT (CMMMI), Eloá de Carvalho Lourenço, explica que a redução da mortalidade materna é viável. Para isto, é necessário mais atenção às mulheres no pré-natal, parto e pós-parto, que consiste no período de até um ano após o nascimento do bebê.

“O CRP 18-MT apoia não só com a representação e participação como membro nos comitês, mas em todas as situações em que o tema está em pauta, pois o assunto envolve o controle social, papel fundamental do Conselho”, explica.

O Fórum realizado em dois dias, com a presença de representantes de oito Escritórios Regionais de Saúde, do Ministério Público, Sala da Mulher da Assembleia Legislativa, além dos hospitais conveniados ao SUS, congregou questões relacionadas à saúde da mulher, da criança e os índices desses óbitos. Os debates tiveram como objetivo evidenciar a necessidade de reduzir as altas taxas de mortalidade nesses ciclos de vida.

Entre as sínteses das propostas presentes no relatório do fórum estão: reforçar a necessidade de construção do Hospital Materno Infantil em Cuiabá, Proposta do Projeto de Lei para Criação do Comitê Estadual de Prevenção a Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CEPMMIF-MT) e capacitação continuada para profissionais que atuam na Vigilância de Óbitos Materno, Infantil e Fetal.

O Informe Epidemiológico Mortalidade Materna, por sua vez, foi produzido com o objetivo de oferecer aos gestores informações sobre a situação da mortalidade materna no Estado e, em especial, no município de Cuiabá.

De forma geral, as informações apontam que em relação aos óbitos maternos, 92% poderiam ser evitados. Outro dado importante diz respeito ao percentual de mortes na Capital de Mato Grosso, considerado o maior do Estado. De acordo com o informe, Cuiabá concentra o maior percentual de ocorrências dos óbitos maternos, provavelmente por ser referência de serviços no Estado e pelo fato de alguns municípios vizinhos não terem maternidades para atender a sua população.

A redução da mortalidade materna continua sendo um grande desafio para o Brasil, que para atingir a 5ª meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (melhorar a saúde materna), precisa reduzir para número igual ou inferior a 35 óbitos maternos por grupo de 100 mil nascidos vivos, até 2015.

Dados – O informe aponta que a mortalidade no Centro-Oeste e no Estado de Mato Grosso no período de 1999 a 2011 manteve-se acima do índice aceitável. De 2010 a 2012 as três principais causas específicas de morte foram hipertensão, infecção puerperal e hemorragias.

O documento ainda ressalta que mais de 350 mil mulheres morrem anualmente de complicações durante a gravidez ou o parto. Quase todas elas ocorrem nos países em desenvolvimento e podem ser classificadas como produzidas por causas obstétricas diretas ou indiretas.

Os desafios para alcançar o 5º objetivo do milênio implicam em estruturar a rede de atenção à saúde da mulher, melhorando a cobertura e qualidade da atenção pré-natal, parto de puerpério. Além disso, diminuir as complicações decorrentes da gravidez indesejada por meio de uma política adequada de reprodução, incentivando o parto normal e redução de cesáreas desnecessárias também é considerado ferramenta necessária para se atingir ou chegar próximo a meta.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação