Cerca de 40 psicólogos e acadêmicos estiveram presentes no I Congresso Regional de Psicologia de Mato Grosso (I Corep), realizado no último final de semana, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.

Sob o tema “Psicologia, Ética e Cidadania: Práticas profissionais a serviço da garantia de direitos”, o Congresso contou com três eixos norteadores: 1) Democratização do Sistema Conselhos e Ampliação das formas de interação com a categoria; 2) Contribuições éticas, políticas e técnicas nos processos de trabalho e; 3) Ampliação da Participação da Psicologia e da sociedade nas Políticas Públicas. Após a apreciação das propostas definidas nos pré-congressos, 08 delegados e 01 estudante foram eleitos para representar Mato Grosso no VIII Congresso Nacional da Psicologia (CNP), que será realizado nos dias 30 de maio a 2 de junho de 2013, em Brasília (DF).

“A expectativa é compor um trabalho aprimorado e trabalhar com as proposições colhidas de modo a detectar as peculiaridades e contemplar as múltiplas diversidades registradas em Mato Grosso”, enalteceu a organizadora do I Corep, Marisa Helena Alves.

Segundo a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso – 18ª Região (CRP-18 MT), Maria Aparecida de Amorim Fernandes, a iniciativa foi importante para fomentar a discussão sobre a ampliação do exercício da Psicologia junto à sociedade. “A sociedade exige que o profissional trate sobre o comportamento e a vida das pessoas mas também participe das discussões envolvendo a garantia dos direitos. Hoje, o profissional deve estar antenado com as demandas já que houve uma ampliação da sua atuação registrada na origem da profissão”.

A troca de experiências e o debate promovido pelo I Corep foi evidenciado pelo delegado de Alto Boa Vista, Francis Pereira Rodrigues. “Esse momento é muito oportuno. Devido à distância da Capital e da inexistência do Conselho em Mato Grosso, por muitos anos, os profissionais do Estado estiveram desassistidos. Esse momento é histórico e nos oportuniza tomar conhecimento sobre as mobilizações e as melhores práticas”. Os representantes da região do Araguaia contribuíram com as discussões envolvendo as questões indígenas. “Temos muito forte a atuação do psicólogo na assistência social e o Corep nos permitiu verbalizar as dificuldades no exercício da profissão nesta área”, acrescentou Zali Santos Ferreira, delegada de São Félix do Araguaia.

Para os delegados de Cáceres, Sérgio Henrique Leite e Henrique Yung Delbem, a interiorização das discussões envolvendo o modus operandi da profissão é imprescindível. “Assim é possível identificar as particularidades das regiões e assim cobrar e trabalhar por políticas públicas mais eficientes”, diz Henrique. “Por isso, inclusive, é preciso incluir as questões das políticas públicas nas grades curriculares. A Psicologia, por trabalhar com comportamento e subjetividade, pode contribuir, e muito, para esse levantamento da realidade social”, completa Sérgio. “Rever as práticas da Psicologia só fortalece ainda mais a categoria”, pontua a delegada de Rondonópolis, Terezinha Mendonça do Carmo.

De Barra do Garças, a delegada Dayanne Pimentel Soares evidenciou o fortalecimento da categoria. “Precisamos de mais proximidade e união entre os profissionais que atuam em Mato Grosso para lutar por mais espaço e direitos”. Essa aproximação também foi destacada pela delegada de Cuiabá, Luzia Janaina Soares Ferreira. “Como estamos mais próximos, estruturalmente inclusive, das deliberações do Conselho e dos demais órgãos, podemos colaborar com os nossos colegas, por meio da interação, em contextualizar sobre as principais bandeiras hasteadas pela categoria”.

Já os delegados de Sinop expuseram as boas práticas voltadas ao exercício da profissão na gestão pública e demonstraram preocupação com a área clínica. “Em nossa região, a psicologia no setor da saúde pública funciona bem. Já nas clínicas e no setor educacional, está o caos. E por isso, achamos importante debater sobre esse cenário em eventos como o Corep para evitar tais irregularidades”, revelou o delegado Paulo César Ribeiro Manrtins.  Preocupado com o futuro profissional, o estudante Eduardo Cristian Wagner, também de Sinop, fez questão de participar da iniciativa. “Já que somos os profissionais de amanhã, temos que estar presentes nas discussões, antenados com as mudanças, apontando as deficiências  e contribuindo com a construção de uma profissão mais sólida”.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação