O Dia Internacional da Visibilidade Bissexual, celebrado em 23 de setembro, é um marco de afirmação e resistência. A data convida à reflexão sobre os impactos da invisibilização, dos estigmas e da violência que atravessam a vida de pessoas bissexuais e de outras orientações não monossexuais, apontando para a necessidade urgente de reconhecimento, respeito e garantia de direitos.

A visibilidade bissexual não se limita à representatividade: constitui uma estratégia política e social de enfrentamento às discriminações, de fortalecimento da luta por igualdade e de valorização da vida em suas múltiplas formas de existir. A Psicologia, enquanto ciência e profissão, reafirma sua legitimidade e compromisso ético com a promoção da dignidade humana, em consonância com os princípios fundamentais do Código de Ética Profissional, que estabelecem como dever da categoria a defesa da liberdade, da igualdade e da integridade das pessoas.

Neste contexto, destaca-se a Resolução CFP nº 8/2022, que orienta a prática profissional com base no respeito à autodeterminação, à pluralidade e aos direitos das populações LGBTI+. O documento reconhece a bissexualidade como uma orientação legítima, que não deve ser patologizada ou reduzida a estereótipos como “fase” ou “confusão”. A norma também proíbe práticas discriminatórias, como as chamadas “terapias de conversão”, e discursos que associem tais orientações a imoralidade ou desvio.

Quando a bissexualidade é questionada ou invisibilizada, abre-se espaço para formas específicas de violência, como a bifobia — que nega a existência ou desqualifica a legitimidade das orientações não monossexuais. Cabe à Psicologia enfrentar essa realidade com práticas fundamentadas nos direitos humanos, no compromisso com a diversidade e na promoção da saúde integral.

Assim, no Dia da Visibilidade Bissexual, o Conselho Federal de Psicologia reforça o convite à categoria profissional para revisitar a Resolução CFP nº 8/2022 e demais materiais de referência sobre diversidade sexual e de gênero. Revisitar esses documentos é garantir que o cuidado psicológico esteja alinhado ao respeito, à ética e à defesa incondicional da vida em sua pluralidade.