Projeto de inclusão LGBT em presídio de MT é exemplo nacional

Projeto de inclusão LGBT em presídio de MT é exemplo nacional

Ter o direito de deixar o cabelo crescer e usar um par de brincos. Atitudes simples, mas que para travestis e transexuais que estão no sistema prisional podem ser motivos para sofrer agressões físicas e sexuais. Ainda único no estado, o projeto Dignidade, coordenado por um psicólogo, trabalha com a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros)  para proporcionar segurança e garantia de direitos, se tornou exemplo nacional nesse assunto.
 
A atuação dos psicólogos nessa área e a luta pela implantação de uma política estadual de direitos LGBT estão entre os temas do 3º Congresso de Psicologia do Cerrado, que acontece em julho, e trará discussões sobre a prática da Psicologia.
 
Um dos criadores do projeto, o psicólogo Mauro Borges explica que atitudes pequenas como usar um batom, era motivo para que os transexuais e travestis sofressem agressões físicas e psicológicas, além de não poderem usar o cabelo comprido. Depois do início do “Dignidade”, a população LGBT pode se vestir conforme a identidade sexual e ainda dormem em uma ala exclusiva, para evitar os abusos sexuais.
 
“Fizemos um trabalho de sensibilização sobre o tema com os agentes penitenciários e com os presos. Não posso dizer que o preconceito acabou, mas tivemos uma evolução visível. A nossa luta é para que isso não seja apenas uma iniciativa de uma unidade, mas sim uma política pública, para que não acabe quando o gestor mude ou o profissional saia e também possa abranger todo o sistema penitenciário”, enfatiza o psicólogo.
 
As políticas públicas e os desafios na igualdade de gênero e sexual estão entre os assuntos que serão debatidos no 3º Congresso de Psicologia do Cerrado, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) entre os dias 06 e 09 de julho no Centro Universitário de Várzea Grande (Univag).
 
Fonte: Pau e Prosa Comunicação.