Luta Antimanicomial é discutida em Rondonópolis

Luta Antimanicomial é discutida em Rondonópolis

Estudantes, professores e profissionais da área da saúde mental de Rondonópolis participaram do evento “Luta Antimanicomial – Reflexões sobre a reforma psiquiátrica brasileira”, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) e em parceria com o Curso de Psicologia da UFMT. Discussões a respeito de políticas públicas relacionadas aos cuidados de pessoas com intenso sofrimento psíquico foram abordadas, além do debate sobre a história do movimento antimanicomial no Brasil.

Como parte da programação do evento, o documentário "35 Anos de Basaglia no Brasil", de 2014, foi exibido na abertura e deu o tom para as discussões. Franco Basaglia foi um médico psiquiatra italiano precursor do movimento de reforma psiquiátrica na Itália, a partir da década de 60, conhecido como Psiquiatria Democrática. Suas ideias também interferiram na política psiquiátrica brasileira e seu livro “A Instituição Negada” é considerado uma obra-prima da Psiquiatria contemporânea.

Na sequência do documentário, o presidente do CRP18-MT e professor da UFMT, Alcindo José Rosa, expôs como as ideias de Basaglia foram assimiladas no Brasil e apresentou um panorama político e legal da reforma psiquiátrica no país. De acordo com o conselheiro, a discussão entre os profissionais da área é de extrema importância para a conquista de melhorias. Alcindo acrescenta ainda, que atendendo ao posicionamento do Conselho, eventos, cursos e palestras estão sendo  realizados em vários municípios do Estado.

“O objetivo deste evento e do CRP18-MT é fomentar essas discussões entre os psicólogos. Contamos ainda com a presença de estudantes e professores também, o que amplia e reforça o debate entre os profissionais e as instituições de ensino. O Conselho participou das atividades realizadas em Cuiabá e realiza este evento aqui em Rondonópolis justamente para que o tema chegue ao maior número possível de profissionais”.

Em seguida, a professora da UFMT Noemi Bandeira mostrou como é possível uma sociedade sem manicômios e se mostrou preocupada com o retorno de instituições de assistência, como as comunidades teraêuticas, que têm retomado modelos já ultrapassados, como os emblemáticos Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerias, e o Juqueri, em Franco da Rocha, São Paulo. A realidade, avanços e desafios da Rede de Atenção Psicossocial em Rondonópolis foram abordados pela psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde, Rhafaela Marques Monteiro Salgado.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação (com informações da Ascom UFMT-Rondonópolis)

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