
Limitação da psicoterapia fere autonomia do psicólogo
Recentemente, a Justiça de São Paulo decidiu que a cobertura dos planos de saúde deverá corresponder ao número de sessões estabelecidas pelo psicólogo e não mais pelo limite estipulado pela operadora. A decisão foi comemorada pelo Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT), que vê esse tipo de limitação como algo que fere a autonomia do profissional.
A agente de Fiscalização e Orientação do CRP18-MT, Rhegysmere Alves, lembra que a inserção da Psicologia nos planos de saúde foi muito importante. “Não restam dúvidas de que foi um grande avanço”, analisa. Mas alerta que não pode haver limitação, como querem fazer as operadoras – a Agência Nacional de Saúde (ANS) inclusive já recorreu da decisão.
Os atendimentos psicoterápicos não devem ser feitos com base no que é previsto ou não nos planos, mas pela importância que têm para os pacientes, reforça. Segundo Rhegysmere, não se pode trabalhar com números exatos quando se tratam de atendimentos psicológicos, sob pena de quebra do vínculo terapêutico com a interrupção do tratamento sem anuência e/ou acordo com os pacientes e apenas baseado em limites de sessões. “O profissional deve definir o tempo necessário, tem que ter autonomia para isso”, frisa.
A agente do CRP18-MT explica que o atendimento e acompanhamento psicológicos envolvem uma série de etapas que são necessárias para a efetividade do trabalho, que incluem triagem, escuta e qualificação da demanda, exemplifica. Além disso, dependendo da abordagem adotada pelo profissional (como Junguiana e Lacaniana). “O processo psicoterapêutico é algo muito individual. Vai depender muito do paciente e de como trabalha o psicólogo. Não dá para estabelecer prazo e muito menos número de atendimentos”, finaliza.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação