IV Simpósio sobre o Autismo em Mato Grosso: Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso participa do evento que discute os avanços e desafios no cuidado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O IV Simpósio sobre o Autismo em Mato Grosso, realizado em parceria entre a Assembleia Legislativa do Estado e o Instituto Psicossocial Renascer do Autismo (IPRA), reuniu especialistas, gestores públicos e famílias para debater o tema "Do Diagnóstico ao Tratamento". O evento, que contou com diversas palestras e relatos, destacou a urgência de políticas públicas inclusivas e do fortalecimento de redes de apoio multidisciplinares no estado.
Segundo dados apresentados durante o simpósio, estima-se que existam mais de dois milhões de pessoas com TEA no Brasil. Esse número reflete a necessidade de uma abordagem integrada, que envolva desde o diagnóstico precoce até o suporte continuado para as famílias e os indivíduos ao longo de toda a vida. “Não se trata apenas de receber um diagnóstico, mas de encontrar caminhos para intervenções adequadas, terapias personalizadas e a inclusão efetiva e afetiva dessas pessoas na sociedade”, destacou Juliana Fortes, psicopedagoga e presidente do IPRA.
O papel da Psicologia na transformação da realidade do TEA
O CRP18-MT esteve presente no evento representado pelas Conselheiras Maria Aparecida de Amorim Fernandes e Sandra Carolino Severo Ribeiro. A Conselheira Sandra enfatizou sobre a relevância do simpósio. “As discussões têm sido extremamente pertinentes, abordando protocolos de diagnóstico e intervenções que garantam assertividade no cuidado com o TEA. Os debates têm mostrado como a família e a sociedade podem atuar conjuntamente para acolher e promover a autonomia das pessoas autistas”, afirmou Sandra.
A psicóloga também destacou a importância do apoio emocional para as famílias, que frequentemente enfrentam desafios significativos ao longo da jornada. A participação ativa de profissionais de diferentes áreas é essencial para criar redes de apoio que ofereçam acolhimento e orientação.
Destaques do evento
Entre os temas discutidos, os destaques foram:
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Diagnóstico precoce e intervenção multidisciplinar: Especialistas ressaltaram a importância de identificar sinais de alerta ainda na primeira infância. Juliana Fortes compartilhou sua experiência pessoal com o diagnóstico tardio do filho e os impactos disso na busca por tratamentos.
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Capacitação profissional: Foi enfatizada a necessidade de mais profissionais capacitados para atender pessoas com TEA em Mato Grosso. “Enfrentamos uma escassez preocupante de médicos especializados e equipes multidisciplinares”, alertou Juliana.
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Inclusão e políticas públicas: Os participantes reforçaram a necessidade de ampliar as políticas inclusivas. Foi mencionada a Lei 12.764, que estabelece direitos para as pessoas com autismo, mas que ainda enfrenta desafios na implementação.
O simpósio deixou claro que, para avançar no cuidado com o TEA, é fundamental que o diálogo entre famílias, profissionais e gestores públicos seja constante. O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso reafirma seu compromisso com a promoção de eventos que fortaleçam a discussão sobre o TEA e com a defesa de práticas que garantam os direitos das pessoas com autismo e suas famílias.