Inteligência Artificial no cuidado em saúde mental: riscos e posicionamento da Psicologia

Inteligência Artificial no cuidado em saúde mental: riscos e posicionamento da Psicologia

CFP

O avanço das tecnologias digitais e o uso crescente da Inteligência Artificial (IA) no campo da saúde mental têm mobilizado debates em diferentes esferas da sociedade. Nesse cenário, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem desempenhado papel estratégico ao alertar sobre os riscos do uso de ferramentas de IA como recurso terapêutico, reafirmando o compromisso ético da profissão com a proteção da população brasileira.

Ao longo de 2025, mais de 360 reportagens em veículos de imprensa — incluindo jornais de grande circulação, revistas, rádios e emissoras de televisão — deram visibilidade ao posicionamento do CFP. Programas como o Fantástico, da Rede Globo, a GloboNews, além de reportagens da Folha de S. Paulo, UOL, Agência Brasil e Rádio Senado, destacaram a preocupação da Psicologia com os impactos do uso da IA no cuidado em saúde mental.

Entre os principais alertas, o Conselho tem frisado que aplicativos e plataformas baseados em IA não substituem a prática profissional da Psicologia. Ao contrário, seu uso sem supervisão qualificada pode trazer riscos significativos, como o adiamento na busca por um cuidado efetivo, a reprodução de respostas inadequadas em situações de crise e a ausência de vínculo humano essencial para a prática psicológica.

Para enfrentar esse desafio, o CFP instituiu um Grupo de Trabalho dedicado a construir diretrizes sobre o uso de IA no campo da Psicologia, de modo a orientar profissionais e a sociedade. Além disso, a autarquia integra o grupo de especialistas da Frente Parlamentar Mista da Saúde, colaborando diretamente com a elaboração de propostas de regulamentação sobre o tema no Congresso Nacional.

Na última semana, representantes do CFP participaram de reuniões em gabinetes parlamentares para tratar do Projeto de Lei nº 4522/2025, que aborda os impactos da IA na saúde mental, em diálogo com a tramitação do PL nº 2338/2023, que trata da regulamentação geral da Inteligência Artificial no Brasil. A atuação do Conselho tem como objetivo qualificar a proposta legislativa, assegurando a proteção à sociedade e a valorização do exercício profissional da Psicologia.

O Código de Ética Profissional do Psicólogo orienta que a prática da Psicologia deve estar fundamentada em conhecimentos científicos e técnicos reconhecidos, respeitando a dignidade, a liberdade e os direitos humanos. Nesse sentido, o CFP reforça que nenhum recurso tecnológico pode substituir a escuta qualificada e a relação ética estabelecida entre psicólogas(os) e as pessoas atendidas.

Assim, ao marcar presença ativa na mídia e nos espaços legislativos, a Psicologia reafirma seu compromisso com a saúde mental pública, segura e de qualidade, destacando que a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta de apoio, mas jamais deve ser confundida com o cuidado profissional.