Fórum Nacional discute melhorias na Assistência Social com participação do CRP18-MT
O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT), que compõe o Fórum Estadual de Trabalhadoras/es do SUAS - FETSUAS/MT, foi uma das entidades que participaram do VII Seminário Nacional do Fórum Nacional das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), em Porto Alegre (RS), no último final de semana. O Conselho marcou presença nas discussões a respeito da precarização da categoria, interferência de questões religiosas na assistência social e outras demandas relacionadas a necessidade de melhorias e valorização dos trabalhadores.
A representante do CRP18-MT no evento foi a psicóloga Priscilla Lopes, membro da Comissão de Psicologia na Assistência Social. Segundo ela, o evento teve baixa participação de trabalhadores no Fórum, que pode ser um reflexo da desmotivação que se encontram os profissionais diante da falta de investimento em políticas públicas, descaracterizando programas e serviços sociais, além de não dar garantias de melhores salários e plano de carreira aos trabalhadores.
“A assistência social vem sofrendo uma série de ataques, incluindo alguns já vencidos e que agora são novamente pautas de luta da categoria. Precisamos criar uma estratégia para envolver estes trabalhadores e aumentar a participação da classe em eventos como o Fórum Nacional”, destacou.
Entre os temas abordados, Priscilla cita a relação entre as igrejas e a assistência social. Durante o Fórum, trabalhadores relataram a intervenção direta e indireta de líderes religiosos nos espaços cedidos. “Em muitas cidades não há unidades do CRAS e igrejas são utilizadas para os atendimentos, momento que algumas instituições aproveitam para interferir no trabalho da categoria e desrespeitando a liberdade religiosa das pessoas”.
Outro assunto que vem afetando os atendimentos no CRAS é a ‘terceirização’ das unidades para usuários do INSS. Com a digitalização dos processos de agendamento, as solicitações só podem ser feitas pela internet ou telefone, o que tem levado a população a buscar ajuda no CRAS.
“O público-alvo do INSS é em sua maioria idosos e pessoas com baixo nível de alfabetização, sem acesso à internet e tecnologias. Ao procurar um CRAS para este tipo de serviço, as unidades ficam sobrecarregadas e os trabalhadores muitas vezes tem que executar atividades fora de suas obrigações”, completa.
Deliberações – O FNTSUAS prevê a representação de entidades nacionais e estaduais. Por este motivo, são abordados temas que contemplam desde aspectos locais aos mais descentralizados. Como resultado das discussões foi elaborada a Carta Aberta que reafirma a primazia do Estado na condução e execução da Política de Assistência Social com os serviços de caráter permanente e continuado, com seus marcos regulatórios mantidos. O documento trata ainda da reivindicação da categoria para abertura de novos concursos públicos, melhoria salarial, de condições de trabalho e plano de carreira.