Alvo de protestos de entidades em defesa da reforma psiquiátrica, o coordenador nacional de saúde mental do Ministério da Saúde, Valencius Wurch Duarte Filho, foi demitido do cargo na última segunda-feira (9). 

 

A gestão do ex-diretor técnico do manicômio Casa de Saúde Dr. Eiras, no Rio de Janeiro, gerou protestos em todo o país ao longo dos últimos meses. O manicômio foi apelidado no passado de "casa dos horrores" devido a denúncias de violações de direitos humanos, como prática de eletroconvulsoterapia e alimentação insuficiente dos pacientes. 

 

Representantes do movimento antimanicomial chegaram a ocupar uma das salas do prédio da Coordenação Nacional de Saúde Mental por 121 dias para exigir a demissão do novo coordenador. O grupo deixou o local em abril, durante ação de reintegração de posse.

 

A exoneração, publicada no Diário Oficial da União desta segunda, ocorre uma semana após a saída do então ministro da Saúde Marcelo Castro, que o havia indicado para o cargo no fim de dezembro.

CRP18

 

O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18), se posicionou sobre o assunto. O presidente do CRP18, psicólogo Alcindo Rosa, comemorou a demissão do secretário, pois suas posições eram contrárias às diretrizes da Política Nacional de Luta Antimanicomial e que estão expressas após muitos anos de lutas, na Lei nº 10216/2001. “É intolerável que um ex-diretor de manicômio pudesse ocupar um cargo tão importante”.

 

 

Fonte: Pau e Prosa Comunicação com informações da Folha de São Paulo