Envelhecimento como processo psicossocial encerra debates de Encontro
O papel dos psicólogos frente a uma sociedade com um número cada vez maior de idosos. Diante desse cenário, a conferência do último dia do I Encontro Integrado de Psicologia de Mato Grosso, realizada na sexta-feira (26), foi dedicada aos debates ligados ao “Envelhecimento como processo psicossocial”. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. E a Psicologia passou a ter um papel importante como contribuinte na criação de políticas públicas e sociais que preparem a sociedade para essa realidade.
Colaborando com os debates, a professora doutora Ana Rafaela Pecora, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), fez uma relação entre o processo de envelhecimento ao longo da história da humanidade e a busca do ser humano pela eterna juventude. “O envelhecimento é uma característica do ser humano, os demais seres se desgastam”, afirmou. “O ser humano é que se inquieta com os cabelos brancos, as rugas e as ações de gravidades. Os demais seres não”, completou.
Ana Rafaela também falou sobre como o envelhecimento era retratado em vários momentos históricos, desde quando os filósofos associavam a velhice à doença, depois ao próprio desgaste causado ao corpo devido ao processo mecanicista característico da Revolução Industrial, até chegarem à própria degradação do organismo e suas limitações.
E na história da Psicologia, segundo a professora, o envelhecimento também sempre esteve associado a um processo de perdas. “Enxergar as contribuições do envelhecimento para a Psicologia como um processo psicossocial é bastante recente”, revelou. “A Psicologia superou um obstáculo ao identificar que o envelhecimento traz um processo contínuo de desenvolvimento do ser humano porque essa nova fase traz características muito peculiares como sabedoria, experiência e maturidade”, completou. Situação constatada na pesquisa de mestrado da professora Paula Martins dos Anjos, do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), feita com professoras das escolas municipais de Cuiabá. “Percebemos que duas palavras foram muito verbalizadas nas nossas entrevistas: doença e experiência. E a questão da experiência, em alguns casos, estava muito ligada à sabedoria”, revelou.
Para encerrar, a professora mestre Irene Maurício do Nascimento de Lima, da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso, falou sobre as políticas de atenção aos idosos adotadas pelos governos estadual e federal.
Avaliação - Promovido pelo Conselho Regional de Psicologia da 18 Região de Mato Grosso (CRP/18 MT), pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pela Universidade de Cuiabá (Unic) e pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), o I Encontro Integrado de Psicologia de Mato Grosso foi alvo de elogios entre os participantes.“Achei interessante o contexto geral de vários assuntos, com abordagens bacanas que acrescentaram tanto aos estudantes que estão começando o curso quanto aqueles que já estão saindo do curso”, avaliou Carollina Amália de Souza, estudante do 8º semestre da Unic.
As estudantes do 6º semestre de Psicologia da Univag, Marianna Coqueiro Victor de Oliveira e Francis Elizabeth Arrais, também aprovaram a iniciativa. “O evento foi muito produtivo e certamente contribuiu muito na aquisição de conhecimento”, pontuou Marianna. “Acho que seria ainda mais interessante se nas próximas edições ainda tivéssemos mais interatividade, além dos minicursos, entre estudantes e palestrantes”, sugeriu Francis.
Além das conferências, o estudante do 3º semestre da Faculdade de Cuiabá (Fauc), Márcio Meireles de Souza, destacou a realização dos minicursos. “Sem dúvidas as abordagens feitas no minicurso me ajudarão ainda mais na minha profissão”, revelou.
Para a presidente do CRP/18 MT, Maria Aparecida de Amorim Fernandes, o evento apresentou resultados acima da expectativa. “A iniciativa permitiu um processo de articulação e de trocas produtivas e de congregação dos profissionais da Psicologia no Estado e dos futuros psicólogos”, disse. “É uma integração muito importante porque traz o Conselho para mais próximo dos profissionais, fomentando a orientação e a troca de experiências, garantindo assim um trabalho de retroalimentação do Conselho e da própria profissão”, completou.
O vice-presidente do CRP/18 MT, Luiz Guilherme Araújo Gomes, endossou. “Queremos fazer do Conselho um lugar onde os profissionais possam buscar apoio e orientação, muito além da concepção de que ele só possui o lado fiscalizador”.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação