Enfrentamento à violência contra a mulher é abordado em palestra com estudantes de Medicina
O que fazer? Quem acionar? Quando pedir ajuda? Para que local levar? Lidar com a violência contra a mulher envolve estas e outras dúvidas. Tendo como objetivo contribuir com o apoio às vítimas, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) por meio da conselheira Jaqueline Vilalba, promoveu uma palestra sobre a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. O bate-papo foi realizado com acadêmicos de Medicina do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) durante o 2º Simpósio “O Ser Mulher”, no último final de semana.
Um dos pontos abordados foi em relação ao preenchimento da ficha de notificação compulsória pelos profissionais da saúde, quando há suspeita de atos de violência contra a paciente. De acordo com Jaqueline, o documento, que pode ser a “porta de entrada” da vítima de violência à rede de enfrentamento, muitas vezes não é registrado.
“Esta ficha não é uma denúncia assinada pelo médico. Ela serve como um indício, uma prova de que algo deve ser notificado e investigado pelos órgãos competentes. É importante que os profissionais tenham ciência da necessidade desta documentação no atendimento a uma mulher vítima de violência física, psicológica ou sexual”, explica a conselheira do CRP18-MT.
A psicóloga atua na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDCMCI), de Várzea Grande, que é uma das instituições em Mato Grosso que compõem a Rede. Além desta unidade, há locais como o Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência Sexual (NAVVS) e Centros de Atendimento como o CAPS e CREAS.
“A mulher vítima de violência tem que ter apoio e sentir que não está sozinha. Saber que pode contar com várias instituições é fundamental para que ela registre um boletim de ocorrência e dê início ao fluxo de atendimento e investigação do caso. Sem isso, o ciclo da violência não acaba”, pontua.
Realidade – A iniciativa para realização da palestra sobre o tema partiu de acadêmicos do curso de Medicina do Univag, que entraram em contato com o CRP18-MT. A faculdade assinou em março deste ano um Termo de Cooperação junto ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE/MT) para promover ações de enfrentamento à impunidade e violência contra a mulher.
“Acredito que seja de grande importância dialogar sobre o tema. É o diálogo e a troca de informações que pode contribuir para o envolvimento dos profissionais da saúde com tais realidades”, ressalta a conselheira do CRP18-MT, Jaqueline Vilalba.