
Encontro define propostas para revisão de diretrizes para cursos de Psicologia
Representantes do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT), profissionais, coordenadoras(es) de cursos e estudantes definiram nesse sábado (24) sugestões para a revisão das diretrizes curriculares para os cursos de graduação no país. Esse tipo de encontro vem sendo realizado por Conselhos dentro da programação do “Ano da Formação em Psicologia” e servirão para subsidiar um encontro nacional que definirá as propostas a serem encaminhadas ao Ministério da Educação (MEC) e aos conselhos nacionais de Saúde e Educação.
Antes das discussões para definição das propostas, representantes de instituições de ensino falaram sobre os respectivos cursos de Psicologia. A mesa de abertura, coordenada pela presidente do CRP18-MT, Morgana Moura, contou com a participação de Wilson Luconi Júnior (da Universidade de Cuiabá – Unic), Jane Cotrim, (Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT), Paula Martins dos Anjos (Faculdade Católica de Mato Grosso – FACCMT) e Cinthya Cardozo da Silva Sposito (Faculdade de Cuiabá - Fauc).
A presidente do CRP18-MT ressaltou que as discussões são necessárias e que há algumas preocupações pontuais que precisam ser colocadas em pauta. “A gente entende que a formação não é estanque, está em processo. Nesses mais de 50 anos de Psicologia no país houve várias transformações no ensino mas há questões que são mais atuais, como por exemplo a proposta de ensino à distância. Nós já fizemos algumas denúncias aqui no estado e a questão é pensar a inserção dessas tecnologias de informação e comunicação para produção do ensino”, sugeriu.
Propostas – O “Ensino à Distância” foi um dos temas debatidos no encontro. Os presentes definiram como diretriz dentro desse eixo a garantia de uma “formação que contemple o ensino-aprendizado de forma presencial a fim de proporcionar a vivência acadêmica atrelada ao tripé ensino-pesquisa-extensão”. A proposta é utilizar o EAD apenas como ferramenta complementar nas disciplinas não específicas da Psicologia, limitando-o ao máximo de 20% da carga horária dessas disciplinas.
Dentro do tema “Metodologias de ensino-aprendizagem”, a proposta é contemplar relações horizontais que possibilitem a inserção de temas emergentes que sejam transversais nas disciplinas e não somente como questões optativas. Já em “Concepção geral da formação”, a sugestão segue no sentido de uma formação generalista, sem a imposição de ênfases, com regulações específicas no que diz respeito ao quantitativo de alunas(os) nas supervisões, orientações e em sala de aula.
No tema “Sistema de avaliação”, a proposta é privilegiar uma formação que dialogue com a diversidade de estudantes, com ênfase em sistemas que possibilitem avaliar o desenvolvimento de atitudes, habilidades e competências, tanto no universo teórico como prático. Já em relação ao “Sistema de avaliação e estágio”, a preocupação é em relação à paridade entre teoria e prática na construção de conhecimentos e habilidades.
Próximos passos
No dia 24 de abril, em Campo Grande (MS), ocorre o encontro regional do Centro-Oeste e no dia 5 de maio o nacional, em Brasília (DF). O evento é uma parceria entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP), Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).
A proposta das novas DCNs, consolidada após o encontro nacional, será colocada em consulta pública nos sites do CFP, da Abep e da Fenapsi até 20 de maio. O resultado final, publicado em 30 de junho, será enviado aos conselhos nacionais de Saúde e de Educação.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação