Com objetivo de discutir a prática do psicólogo na educação, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP), realizou no último dia 17, na Universidade federal de Mato Grosso, um encontro com os profissionais que atuam na área. A reflexão sobre o tema foi norteada pelo do documento de Referência Técnica para Atuação de Psicólogas (os) na Educação Básica, produzido pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), 

O encontro, organizado pela Comissão de Educação do CRP, reuniu psicólogos que atuam na área da Educação no Estado e Município, além de estudantes de psicologia. 

Psicóloga educacional há 21 anos, a presidente da comissão, Jane Teresinha Domingues Cotrin, avalia que o debate e reflexão acerca do tema é o primeiro grande passo importante para entender que há problemas enquanto categoria. 

Para ela há o desejo de mudança de todos os envolvidos com essa política, mas falta clareza do que e como fazer. "A educação é complexa e é um problema totalmente atravessado por políticas públicas que constroem e destroem. Nós também somos uma categoria atravessada por essas políticas e temos que pensar para achar um espaço neste espaço".

Semanalmente a comissão se reúne na sede do CRP 18 - MT para discutir o tema. "Hoje participam conselheiros, psicólogos e estudantes e está aberto o convite a todos os interessados, para que a gente possa aprimorar os trabalhos na comissão de educação". 

Debate necessário

A tesoureira do CRP, Marisa Helena Alves, que é membro da comissão, avalia que o debate é positivo para chegar a um consenso sobre a prática do psicólogo na escola. "O sistema quer respostas e soluções para os problemas enfrentados com os alunos, e se o psicólogo entra sem refletir e discutir é engolido pelo sistema atual. A resposta do psicólogo está focada na criança e não na escola. Este é um tema complexo e deve haver reflexão crítica e ética, não somente técnica".

Para Aline Bispo dos Santos, psicóloga há seis anos, refletir sobre a atuação do psicólogo é preciso, em especial na psicologia escolar, onde há poucos profissionais. "Trabalho com crianças surdas e sei que nossa atuação é muito importante para o aluno e a sua família, principalmente para algo tão simples que é a comunicação. Por isso, temos que refletir sobre a situação e nos unirmos para reivindicar cargos na nossa área, pois hoje a maioria trabalha com desvio de função, não há psicólogo efetivo".

Referência para atuação profissional

Produzido a partir da metodologia do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), o documento busca construir referência sólida para a atuação da Psicologia na área, possibilitando a elaboração de parâmetros compartilhados e legitimados pela participação crítica e reflexiva da categoria no campo da educação.

O livro, que tem como base quatro eixos - dimensão ético-política da atuação do psicólogo na educação básica, a psicologia e a escola, a possibilidade de atuação  e formação de educadores e desafios da prática dos psicólogos - aborda o cenário delicado e multifacetado da Educação Básica no contexto da defesa e dos direitos humanos na escola. 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) se posiciona no documento em questão de modo a salientar que a opção pela abordagem deste tema reflete o compromisso dos Conselhos Federal e Regionais com a qualificação da atuação dos psicólogos em todos os seus espaços de atuação.

Clique aqui para acessar o documento “Referências Técnicas para atuação das (dos) Psicólogas (os) na Educação Básica”.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação