Eleições 2022: Chapa candidata à nova gestão do CRP18-MT participa de Roda de Conversa online

Eleições 2022: Chapa candidata à nova gestão do CRP18-MT participa de Roda de Conversa online

CRPMT 18

Eleições 2022: Chapa candidata à nova gestão do CRP18-MT participa de Roda de Conversa online

O CRP18-MT, por meio da Comissão Regional Eleitoral, realizou uma roda de conversa nesta terça-feira (12) com as (os) candidatas (os) da chapa “Atuação Psi: em Defesa das Psicologias de MT”, única inscrita para as eleições deste ano da autarquia. O objetivo do bate papo foi dar voz para apresentação de ideias e propostas, às vésperas das eleições, que acontecem de 23 a 27 de agosto, totalmente de forma virtual.

A abertura da Roda foi feita pela jornalista Bruna Pinheiro que ressaltou que as perguntas direcionadas às (aos) candidatas (os) foram enviadas por profissionais da Psicologia através de um formulário disponibilizado pelo CRP18-MT. A atividade contou também com a presença do presidente da Comissão Regional Eleitoral, psicólogo Raul Bruno Tibaldi Nascimento, que destacou a importância da aproximação da categoria com as (os) pleiteantes à nova gestão do Conselho.

A primeira pergunta foi sobre como a chapa pretende, caso eleita, atuar na luta pela defesa e aprovação da jornada semanal de até 30 horas para psicólogas(os) e de um piso salarial para a categoria. Em resposta, o candidato a presidente João Henrique Magri Arantes lembrou que ações nesse sentido estão relacionadas à atuação integrada do Sistema Conselhos, que inclui também o Conselho Federal de Psicologia e demais autarquias.

Ele ressaltou tratar-se de algo que já vem sendo feito por meio de articulações políticas e lembrou que na última semana a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos deputados aprovou o projeto de lei que estabelece a jornada de trabalho da(o) psicóloga(o) em 30 horas semanais. E, neste caso, destacou a importância das(os) profissionais buscarem sensibilizar os políticos, o Executivo e as(os) próprias(os) colegas da importância de tais pautas, seja em âmbito estadual ou federal. “Quanto maior a integração e a mobilização, maiores são as chances de conquistar avanços”, salientou.

A segunda pergunta buscou saber como a chapa pretende atuar de forma a garantir a qualidade dos serviços nas instituições públicas. A candidata Keli Virginia Ebert lembrou que se trata de um diálogo que tem permeado boa parte dos encontros realizados e é importante que ele seja feito junto às(aos) docentes e discentes das instituições de ensino. Além disso, ela aponta a necessidade de o Conselho conhecer os diferentes “territórios” e suas especificidades para poder pensar nas políticas públicas. Para ela, é preciso estar junto aos políticos falando da importância disso, a fim de contemplar a sociedade de uma maneira mais digna.

João Henrique reconheceu a importância do assunto e da atuação do Conselho e citou o trabalho do Crepop, que tem produzido e divulgado diversas publicações sobre vários temas, áreas e contextos de atuação que são de grande relevância nesse campo. Para ele, se o CRP realizar um trabalho atualizado e sintonizado às demandas contemporâneas, certamente garantirá que se tenha uma resposta muito boa no sentido de garantir a qualidade necessária.

A terceira pergunta buscou a opinião da chapa sobre a presença de psicólogas(os) nas redes sociais oferecendo atendimento social e de como seria possível garantir a qualidade desses serviços em situações de vulnerabilidade socioeconômica. A candidata Ana Carolina Silva Oliveira considerou essa uma pergunta fundamental. Ela lembrou que a internet é uma ferramenta importante e um espaço que tende a se expandir cada vez mais e ressaltou que é um consenso de todos na chapa que as(os) profissionais da Psicologia devam ocupar esse espaço. No entanto, frisou, a questão é como isso deve ser feito resguardando a credibilidade da profissão. Segundo ela, não se pode permitir o uso das redes sociais de forma acrítica, sensacionalista, irresponsável, antiética, estimulando a banalização de questões importantes, sérias, complexas que a Psicologia se ocupa em trabalhar. É dever do CRP, portanto, “monitorar e avaliar inviabilizando que práticas como estas aconteçam”, disse.

Outra pergunta visou saber que propostas a chapa têm para aumentar a quantidade de profissionais da Psicologia trabalhando na rede de educação pública. A candidata Karine dos Santos Araújo citou a lei 13.935, aprovada em 2019, que trata da inserção deste serviço na Educação Básica, para frisar que a chapa, enquanto gestão do CRPMT, tem como proposta intensificar o processo de regulamentação do dispositivo tanto no estado como em municípios onde haja essa necessidade. Ela reconheceu que, onde houve essa regulamentação, o número de contratações ainda é insuficiente para atender às demandas, que são grandes. Então há a necessidade de dialogar tanto com outros conselhos de direito como com o Legislativo para que se consiga avanços nesse sentido. Além disso, em vista de argumentos como a falta de recursos suficientes dados pelos Executivos, outra pauta é aproveitar a revisão do Fundeb, em 2023, para pressionar o Legislativo em relação ao reconhecimento da importância da profissão para a Educação.

Keli Ebert aproveitou para ressaltar o quanto é importante para categoria conhecer as leis, os regimentos, a fim de poder dialogar junto com o CRPMT e ajudar na busca pela ampliação do campo para a Psicologia. De acordo com ela, é sempre bom lembrar que o Conselho não se faz sozinho, que ele precisa de todas(os) atuando, se unindo, para o progresso da profissão.

Houve também um questionamento referente ao trabalho de fiscalização do CRPMT, usando como exemplo um caso relacionado às condições de trabalho de um assistente social. João Henrique reconheceu que esta é uma das atribuições da autarquia e que o exemplo mostra a existência de uma certa lacuna, garantindo que o compromisso enquanto gestão será de realizar o trabalho da melhor maneira possível. O candidato lembrou que há alguns fatores a serem levados em conta, como o fato de Mato Grosso ser um estado de dimensões continentais, de haver um número cada vez maior de profissionais entrando no mercado e o número de pessoas para fazer esse trabalho. Também reconheceu que há um desejo de que o Conselho esteja mais próximo das(os) profissionais e afirmou que a tônica da gestão será tentar mudar uma percepção de distanciamento, de que ele funciona somente para fiscalizar e cobrar anuidade.

Uma última pergunta procurou saber dos candidatos como a gestão pensa em combater o avanço de terapias não científicas e alternativas em Mato Grosso, que inclusive afirmam ser mais baratas que fazer terapia com psicólogas(os). Para Keli Ebert, esse tipo de atendimento tem muito a ver com a atualidade, em que as pessoas buscam soluções rápidas, e o CRP deve atuar no sentido de orientar a sociedade dos riscos que existem de entregar a saúde mental nas mãos de quem não tem competência ética e técnica. Segundo ela, essa é uma discussão que o Sistema Conselhos tem sempre colocado, levando inclusive para o debate na Câmara dos Deputados.

A íntegra da Roda de Conversa pode ser assistida, clicando aqui.

Votação – As eleições para a nova gestão do CRP18-MT acontecerá de forma totalmente virtual, de 23 a 27 de agosto, pelo site www.eleicoespsicologia.org.br. Para quem precisar de acesso a computadores para votar, será disponibilizado um posto de votação na sede do Conselho, que fica na Rua 40, nº 120, bairro Boa Esperança, em Cuiabá, das 8h às 17h, durante este período.