Diversos contextos de aplicação da avaliação psicológica são abordados

Duzentas e dez pessoas participaram, ontem (09), da abertura do Seminário Regional de Avaliação Psicológica, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso – 18º Região (CRP 18/MT), no auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
O objetivo do evento é envolver a categoria em todas as regiões do Brasil para uma reflexão da avaliação psicológica como um processo complexo por meio do qual os direitos humanos devem ser garantidos assim como os princípios éticos e técnicos dos profissionais que aplicam essa ferramenta. 
Na oportunidade, a professora adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rosângela Kátia Sanches Mazzorama Ribeiro, que atua com perícia psicológica para a Justiça, ministrou a palestra “A Avaliação Psicológica em seus diversos contextos”.
Primeiramente, ela apresentou o contexto histórico dessa prática de atuação profissional, apontando avanços e retrocessos ao longo dos anos. Também expôs as diversas formas de aplicação da avaliação como nos casos de concurso público, certificado de porte de arma, retirada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), perícia psicológica, entre outras. “Para cada área, a psicologia realiza com diferentes demandas, da área jurídica a hospitalar”, exemplificou. “Mas, por mais que a gente utilize os mesmo recursos, a forma de avaliar é diferente para cada área já que é preciso considerar o sujeito de modo diferenciado diante de determinados contextos”, completou.
Rosângela Ribeiro apresentou as principais resoluções que doutrinam a prática da avaliação psicológica no Brasil assim como os três eixos ligados ao tema definidos pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). São eles: critérios de reconhecimento e validação a partir dos direitos humanos; contextos institucionais e; formação. “Tudo isso representa avanços”, resumiu a palestrante.
Segundo a presidente do CRP 18/MT, Maria Aparecida de Amorim Fernandes, o evento contribui com as discussões acerca do assunto. “Esse momento de reflexão é muito relevante para o exercício dessa prática que é considerada a marca do exercício profissional do psicólogo”. A ética profissional no exercício dessa atuação também foi destacada pela presidente. “Sabemos que a maior demanda no Conselho de Ética é relacionada ao questionamento da postura dos profissionais nas avaliações psicológicas e por isso devemos debater para avançarmos nesse quesito”, acrescentou.
Já para o vice-presidente do CRP 18/MT, Luiz Guilherme de Araújo Gomes, a participação de estudantes colabora para que eles ampliem os horizontes na questão da atuação profissional. “A intenção é garantir que esses alunos compreendam a importância de se avaliar o sujeito dentro de contextos”, sintetizou. 
O evento contou com a participação de conselheiros do CRP 18/MT, psicólogos que atuam na Capital e no interior, além de professores e estudantes do curso de psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade de Cuiabá, da Faculdade de Cuiabá (FAUC) e do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag).
Avaliação - Estudante do 8º semestre da UFMT, Anny Barbosa mostrou bastante entusiasmo em participar do evento, mesmo em meio ao recesso acadêmico. “Soube do evento ainda no semestre passado e não queria perder a oportunidade de complementar meus conhecimentos”, assinalou.  “Especialmente porque, desde o 1º semestre me identifiquei com a aplicação da avaliação psicológica na área jurídica, um assunto previsto na programação deste seminário”, acrescentou.
Para Rodrigo de Almeida Barradas, estudante do 3º semestre do Univag, o evento oportuniza aprimorar os conhecimentos adquiridos na universidade.  “Já aprendi em outras disciplinas algumas ferramentas de avaliação e esse evento auxilia em entender como aplicá-los em vários contextos”, disse. “A avaliação psicológica é uma atividade muito séria e de muita responsabilidade assim como é para um médico fazer um diagnóstico”, comparou.
Não somente alunos participaram do evento. Direto de Rondonópolis, a 212 km ao sul de Cuiabá, a professora Laura de Carvalho fez questão de comparecer ao evento. “Eventos como esse só contribuem com a categoria para discutir e pensar novas diretrizes no que se refere à avaliação psicológica. Precisamos fortalecer os avanços, especialmente no que concerne a adoção dos diretos humanos nessa prática ”, disse a psicóloga, formada há 28 anos.
Programação - Hoje (10), o evento conta com leitura de textos, elaboração de síntese dos eixos temáticos e plenária. A programação se encerra, às 18 horas, com a palestra “A avaliação psicológica no contexto forense”, a ser ministrada pela doutora em Psicologia pela Universidade de Santiago de Compostela , na Espanha, Sônia Liane Rovinski, que também atua como psicóloga judiciária do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). 
 

10 02 2012 (sexta-feira)

08h às 08h30 – Divisão dos Grupos de Trabalho
08h30 às 11h30 – Leitura de Textos
11h30 às 13h30 – Almoço
13h30 às 6h – Elaboração da síntese dos eixos temáticos
16h às 16h30 – Coffee break
16h30 às 18h – Plenária de sistematização dos debates
18h às 19h – Palestra de encerramento: A avaliação psicológica no contexto forense
Palestrante: Sonia Liane Rovinski – doutora em Psicologia pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) | Psicóloga Judiciária do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS)
 
Temas:
Eixo  1  –  Qualificação:  critérios  de  reconhecimento  e validação a partir dos Direitos Humanos
1.1. Direitos Humanos e processo de Avaliação Psicológica (Texto 1 a 5)
1.2. Aplicabilidade  e  ética  na  Avaliação  Psicológica (Texto 6 a 10)
 
Eixo 2 – Avaliação psicológica em contextos  institucionais
2.1. Avaliação psicológica em  instituições  jurídicas  (Textos 1,2,3 e 5)
2.2. Avaliação psicológica  no contexto  trânsito  (Textos 4, 6, 7 e 8)
 
Eixo 3 – Relação com o contexto de  formação
 
Fonte: Pau e Prosa Comunicação