CRP18-MT realiza live com tema: “Diálogos sobre a Lei Maria da Penha: os desafios da violência de gênero contra mulheres”
Na última terça-feira, (08), o Conselho Regional de Psicologia 18ª Região (CRP18-MT) realizou através da Comissão de Direitos Humanos e Políticas Públicas (CDHPP), a live com o tema: “Diálogos sobre a Lei Maria da Penha: os desafios da violência de gênero contra mulheres”. O evento faz parte das programações em comemoração ao Dia da Psicóloga.
A live contou com a participação da psicóloga Jordana Luz Nahsan, que abordou o tema:” Mapa do Feminicídio em Mato Grosso e no Brasil. Em seguida a psicóloga Ana Leticia, trouxe para a discussão o tema:” Violência Estrutural de Gênero Contra Mulheres e Subjetividades/Aspectos Psicossociais.
A live contou também com a participação da psicóloga e professora Virgínia Cordeiro Amorim, que apresentou contribuições sobre “Violência de Gênero Contra Mulheres”. Na sequência a psicóloga Gabriela Silva abordou o tema “Mapa do Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência de Gênero”. A roda de conversa foi mediada pelo Presidente do CRP18-MT, João Henrique Magri Arantes.
“É fundamental as discussões que abordem o tema gênero, violência contra a mulher e que apresentem as possibilidades e estratégias de atendimento. Importante discutir, como questões raciais estão implicadas na produção de violência contra a mulher no Brasil. Não é possível pensarmos em uma psicologia que de fato esteja comprometida com os direitos humanos e com a promoção de saúde, de direitos, de acesso à população brasileira, sem que a gente promova discussões de gênero, de raça, as discussões das produções de violência no nosso país, as discussões do patriarcado, e de tudo isso que tem gerado tanta violência e sofrimento. Porque as violências têm sido causas de sofrimento psíquico, muito intenso às mulheres brasileiras.” Enfatizou a Psicóloga Jordana Luz Nahsan.
“É essencial discutir a “Política nacional de enfrentamento à violência contra a mulher” junto à categoria. A Lei Maria da Penha é um dos instrumentos para concretizar essa política. Apesar de já ter sido considerada uma das melhores leis do mundo, nossos índices de todos os tipos de violência contra à mulher vêm crescendo, como mostram os anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em Mato Grosso, os dados são ainda mais alarmantes do que as médias nacionais. Nós estamos falando de desfechos de interações entre pessoas (ex: feminicídios, lesões corporais dolosas) que têm em sua raiz a desigualdade de poder entre mulheres e homens estruturalmente estabelecida. A psicologia é essencial, não somente para dar assistência às mulheres em situação de violência, mas também para o desenvolvimento da prevenção, garantia de direitos, combate à violência e para a produção de pesquisas na área. É também muito importante que ocorram discussões nas esferas regionais e locais para que a gente possa identificar e responder às demandas específicas de cada território.” Declarou a psicóloga Virgínia Cordeiro Amorim.