CRP18-MT marca presença na 17ª Parada da Diversidade em Cuiabá
O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) marcou presença mais uma vez na Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá, que este ano chegou à sua 17ª edição. Sob o tema “Somos muitos, podemos estar em qualquer profissão: demita o seu preconceito”, o evento percorreu as principais avenidas no Centro da capital, até o encerramento na Orla do Porto, com apresentações artísticas regionais.
No local, foi instalada uma tenda do CRP18-MT para divulgação de resoluções do sistema Conselhos que versam sobre a despatologização das homossexualidades e identidades transgêneros, Resolução CFP 01/99 e Resolução CFP 01/18, respectivamente.
O CRP18-MT esteve representado pelo presidente Gabriel Henrique de Figueiredo, pela secretária Vanessa Furtado e as conselheiras suplentes Tatine Penariol, Kamila Costa e Tatiane Correa. A autarquia, por meio da Comissão de Diversidade de Gênero e Sexual, reforçou o posicionamento do sistema CFP/CRPs no enfrentamento à discriminação e preconceito e de uma profissão que se compromete com os Direitos Humanos, considerando que sua violação está relacionada com a promoção de sofrimento psíquico.
“A Psicologia não será instrumento de reforço de produção de sofrimento psíquico, exclusão e marginalização. Ela é uma ciência em favor da vida, da saúde mental e dignidade das pessoas. O CRP18-MT está aqui para reafirmar o compromisso social da Psicologia na defesa dos direitos humanos”, reforçou o presidente do Conselho, Gabriel Henrique de Figueiredo, durante o evento. Segundo o presidente, a ação vem de encontro com a finalidade do conselho de proteção da sociedade e orientação da mesma sobre o exercício profissional.
"A nossa missão é a orientação e fiscalização do exercício profissional. Mas não podemos esquecer que para que cumpramos nossa missão é preciso que a sociedade esteja atenta aos aspectos éticos, para que sejamos acionados sempre que for necessário. O intuito é zelar para que todas as profissionais tenham esse respaldo por meio de uma sociedade que possa contribuir para as práticas em conformidade com a ética profissional", concluiu o presidente.
A presidente da Comissão de Diversidade de Gênero e Sexual do CRP18-MT, Tatine Penariol, ressaltou que o “problema psicossocial da LGBTQIfobia precisa ser combatido em todas as instâncias da vida, uma vez que produz extremo sofrimento psíquico, repercutindo em adoecimentos psíquicos graves, como depressão, ansiedade e, também, em suicídios”.
Ela lembrou que as vivências da sexualidade para além da cisnormatividade e da heteronormatividade são tão saudáveis e importantes quanto vivências da heterossexualidade e da cisgenereidade. “Reiteramos que não existem padrões de ‘normalidade’, ‘doença’ ou ‘transtorno mental’ nas vivências e expressões da sexualidade na subjetividade humana. Portanto, não há cura para o que não é doença”, frisou.
Na tenda instalada pelo Conselho na Orla do Porto, houve a distribuição de materiais com informações a respeito da rede de atendimento voltada para a saúde mental em que a população LGBTQI+ pode encontrar apoio. “São equipamentos de saúde mental com psicólogos e um trabalho de promoção da cidadania, saúde psíquica e emancipação psicossocial”, acrescentou o presidente do Conselho, Gabriel Henrique de Figueiredo.
Outro aspecto importante destacado durante a Parada foi o relacionado ao mercado formal de trabalho para a comunidade LGBTQI+. As pessoas trans., por exemplo, acabam tendo que ir para a informalidade por não conseguir empregos com carteira assinada em uma clara demonstração de preconceito por parte de empresas e patrões. O índice de desemprego dentro desse grupo é sempre maior que o geral. Além disso, a remuneração costuma ser menor, para uma carga horária por vezes mais extensa, denunciaram representantes do movimento social.