CRP18-MT manifesta solidariedade aos profissionais da Atenção Primária à Saúde em Cuiabá
NOTA DE SOLIDARIEDADE!
O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso vem a público se
solidarizar com os profissionais de saúde que compõem as Equipes de Saúde
da Família do município de Cuiabá, que vem sendo acusadas de descumprir as
competências no atendimento dos casos considerados leves, os quais possuem
classificação “verde”, conforme protocolo de classificação de risco.
Segundo o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), a superlotação das
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) se deve à recusa de atendimento das
unidades básicas de saúde dos pacientes classificados como casos leves. De
fato, as unidades básicas de saúde devem atender casos de urgências
classificadas como leves. No entanto, é sabido pelos profissionais da rede de
Cuiabá a ausência de equipamentos necessários para que tais casos sejam
atendidos no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS).
Além disso, o modo como o gestor faz a acusação do que vem
acontecendo em Cuiabá faz com que aconteçam perseguições aos profissionais
do SUS.
Considerando que a Psicologia se faz presente no âmbito da APS através
das equipes multiprofissionais e, portanto, realizam o apoio matricial e o
atendimento de casos ainda no contexto da atenção primária, colocamo-nos à
disposição da categoria para acolher as situações que interferem na autonomia
profissional, assim como na saúde mental das trabalhadoras do SUS de Cuiabá.
Também desejamos que a gestão que há pouco se iniciou considere a
importância dos profissionais para a construção de um SUS forte, universal e
público, que conte com a participação social na sua construção.
Às enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas e dentistas da APS a
nossa solidariedade.
Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso – 18a Região
O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) vem a público expressar solidariedade às(os) profissionais de saúde que atuam nas Equipes de Saúde da Família em Cuiabá. Diante das recentes declarações do prefeito Abílio Brunini (PL), que atribui à recusa de atendimento nas unidades básicas de saúde a superlotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o CRP18-MT ressalta a necessidade de um debate qualificado sobre as condições de trabalho e infraestrutura da Atenção Primária à Saúde (APS).
O contexto da APS e os desafios enfrentados
A Atenção Primária à Saúde é um pilar essencial do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem a responsabilidade de atender casos classificados como leves, conforme os protocolos de classificação de risco. No entanto, é de conhecimento dos profissionais da rede que muitas unidades básicas de saúde em Cuiabá operam com infraestrutura precária, sem os equipamentos necessários para a prestação adequada desses atendimentos.
Ao responsabilizar as equipes de APS pelo congestionamento das UPAs, sem considerar as limitações estruturais do serviço, o discurso da gestão municipal pode contribuir para um ambiente de desconfiança e perseguição aos profissionais do SUS, agravando as dificuldades enfrentadas diariamente pelos trabalhadores da saúde.
A Psicologia na Atenção Primária à Saúde
A Psicologia desempenha um papel fundamental na APS, integrando equipes multiprofissionais e contribuindo com o apoio matricial, acolhimento e atendimento de casos dentro do contexto da atenção primária. Nesse sentido, o CRP18-MT reafirma seu compromisso com a categoria e se coloca à disposição para acolher denúncias de situações que comprometam a autonomia profissional e a saúde mental das(os) trabalhadoras(es) do SUS.
A proteção das(os) profissionais de saúde é essencial para a manutenção de um SUS universal, público e eficiente. É fundamental que a gestão municipal reconheça a importância dessas(es) profissionais e promova um diálogo aberto e construtivo para fortalecer a rede de atendimento à população.
O CRP18-MT reforça seu apoio às enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas, dentistas e demais profissionais da APS, que desempenham um papel indispensável na promoção da saúde da população cuiabana. Esperamos que a nova gestão municipal compreenda a complexidade do SUS e trabalhe em conjunto com as categorias profissionais para garantir melhores condições de trabalho e atendimento qualificado à população.
