
CRP18-MT esteve presente no Acampamento Terra Livre 2025 e destaca o papel ético e político da Psicologia junto aos povos indígenas
No dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso da 18ª Região (CRP18-MT) reforça seu compromisso com a valorização dos saberes ancestrais, a defesa dos territórios tradicionais e a construção de uma Psicologia plural, ética e comprometida com a justiça social e ambiental.
Mais do que uma data comemorativa, o 19 de abril é um chamado à memória, à resistência e à luta por direitos, território e dignidade. A Psicologia, enquanto ciência e profissão, tem a responsabilidade ética de se posicionar ao lado daqueles que enfrentam violações de direitos, apagamentos culturais e ameaças sistemáticas aos seus modos de vida.
Em abril deste ano, o CRP18-MT esteve representado no Acampamento Terra Livre (ATL) 2025, realizado em Brasília sob o lema “Pelo clima, pela Amazônia: a resposta somos todos nós.” A conselheira do 5º Plenário, Maria Aparecida, participou do evento, que reuniu mais de 8 mil participantes de diversas etnias e países vizinhos, e destacou-se como espaço plural de mobilização em defesa dos povos indígenas e da preservação ambiental.
A delegação mato-grossense contou com a expressiva participação de mais de 16 etnias do território do Xingu. Segundo a conselheira Maria Aparecida, o encontro foi palco de discussões profundas sobre justiça climática, insegurança alimentar, direitos indígenas e o papel do Estado frente à sustentabilidade. “As falas dos povos reforçaram o compromisso coletivo com a vida e denunciaram a ausência de respostas satisfatórias do Estado diante de pautas urgentes, como a revogação do marco temporal”, relatou.
A participação no ATL também provocou reflexões internas sobre como a Psicologia tem tratado essas temáticas nos espaços institucionais. “É preciso discutir, no Sistema Conselhos, como temos garantido a democracia, os direitos e o respeito aos povos indígenas. Que Psicologia estamos construindo e para quem ela tem servido?”, questionou Maria Aparecida.
O Código de Ética Profissional do Psicólogo estabelece, entre seus princípios fundamentais, o compromisso com a promoção da liberdade, da dignidade e da integridade do ser humano, bem como a responsabilidade social e a atuação crítica diante das realidades políticas, econômicas, sociais e culturais. Nesse sentido, a presença do CRP18-MT no ATL reafirma a posição da Psicologia como aliada na luta dos povos originários por justiça e reconhecimento.
Além disso, o Conselho indica como leitura essencial a publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) Junto aos Povos Indígenas” (2ª ed., 2024), produzida pelo CREPOP. A obra oferece diretrizes para uma atuação crítica, ética e contextualizada, baseada nos princípios do Bem Viver, no respeito à pluralidade cultural e no compromisso com os direitos humanos.
O CRP18-MT reforça que não há cuidado psicológico possível sem escuta, sem respeito e sem justiça. Lutar pelos povos indígenas é também lutar por uma Psicologia verdadeiramente comprometida com a vida — em todas as suas formas.