CRP/18 MT divulga resultados de inspeção em comunidades terapêuticas

A presidente do Conselho Regional de Psicologia da 18ª Região de Mato Grosso (CRP/18 MT), Maria Aparecida de Amorim Fernandes, concedeu entrevista coletiva hoje (13) de manhã, na sede do Conselho. Em pauta, os resultados das inspeções realizadas em algumas comunidades terapêuticas (CT) que atendem dependentes químicos de Mato Grosso.
Segundo a presidente do CRP/MT, as unidades inspecionadas não preenchem todos os requisitos básicos para atender aos pacientes assistidos pelas comunidades. “O Conselho tem uma representação do controle social, cada um de nós tem uma parcela de fiscalização nas políticas públicas de saúde”, frisou.
A fiscalização por amostragem. Das mais de 50 nas comunidades terapêuticas existentes no Estado, cinco foram inspecionadas, sendo uma na cidade de Chapada dos Guimarães, duas em Cuiabá e duas em Várzea Grande. “A fiscalização ocorreu em apenas um dia, mas mesmo assim conseguimos constatar os trabalhos oferecidos aos dependentes químicos nas unidades”, ressalta Maria Aparecida.
Durante a coletiva, a presidente comentou sobre a falta de uma equipe técnica interdisciplinar no atendimento aos dependentes químicos, a ausência de projetos terapêuticos que tenham acompanhamento de profissionais da saúde, e de uma maior fiscalização quanto ao repasse de verbas às comunidades terapêuticas. “Nas casas, é colocado como regra para os pacientes a participação nos cultos religiosos como parte do tratamento”, ressalta ao completar que a imposição feita pelas comunidades terapêuticas obedece à linha de tratamento religiosa e laborterapia.
Também foi questionado pelos jornalistas quanto à posição do Conselho, após a divulgação dos resultados. “Vamos encaminhar os relatórios da fiscalização aos órgãos competentes, como o Conselho Estadual de Saúde e o Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas, e, com isso, esperamos melhor fiscalização e tratamento mais adequado aos pacientes”, afirmou.
Atualmente, aproximadamente 45 comunidades terapêuticas são cadastradas no Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conen/MT), órgão responsável pela fiscalização, porém o serviço prestado ainda é muito frágil. “Ainda não temos nenhum órgão que aprove o funcionamento das comunidades terapêuticas; agora que o Conen se organizou para criar um sistema de fiscalização mais intenso”, observou Maria Aparecida.
A inspeção às comunidades contou com a parceria do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Defensoria Pública, Fórum Intersetorial de Saúde Mental, Conselho Regional de Enfermagem e o Conselho Regional de Serviço Social.
 
Fonte: Pau e Prosa Comunicação