
CRP 18-MT reforça aproximação entre profissionais e estudantes no 1° Congresso estadual
Aproximar os profissionais e estudantes de psicologia para compartilhar experiências, reafirmar o compromisso da psicologia enquanto profissão e ciência, além de reforçar a diretriz ética e política do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP 18-MT) de proporcionar espaços coletivos de diálogo entre a categoria profissional, universidades e sociedade. Com essa temática, teve início nesta terça-feira (30), o 1° Congresso Mato-grossense de Psicologia e Compromisso Social.
Promovido no Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) juntamente com o 2º Encontro de Psicologia e Assistência Social, o Congresso segue até quinta-feira (1) e recebeu mais de mil inscrições.
A presidente do CRP 18-MT, Morgana Moura, avalia que a realização do Congresso é importante principalmente pelo cenário de desmonte das políticas públicas. “Existe a necessidade de enfrentamento aos ataques que os direitos vêm sofrendo, e é fundamental que sejam mantidos. Durante o congresso, profissionais e estudantes vão debater o campo de atuação da psicologia, a política socioassistencial que é um dos principais campos de emprego, discutir as tecnologias, teorias para contribuir com a atuação das psicólogas e psicólogos do Estado” afirmou.
A realização do congresso justamente em uma universidade é visto pelo CRP como uma oportunidade para os acadêmicos de preparação para o mercado de trabalho. “A preocupação do conselho é de fazer a orientação da categoria desde a formação. Entendemos a importância do compromisso ético com a profissão desde a formação. Então, a integração entre profissionais e estudantes tende a contribuir para os estudantes se aperfeiçoarem ainda no período de formação”, comentou Morgana Moura.
De acordo com o vice-presidente e um dos organizadores do evento, George Moraes, a realização do congresso responde a um anseio da categoria de aproximação. “O conselho sempre teve esse compromisso social de estar próximo da categoria e por outro lado, a categoria sempre desejou estar próximo. Para agregar esses dois ideais, é que estamos realizando um evento onde conseguimos propor diversos eixos de atividade de discussão, com vista a responder as demandas específicas da nossa categoria profissional, principalmente no que se refere a atuação do psicólogo nas políticas públicas”, argumentou.
A abertura do evento contou com a participação da pós-doutora em educação e professora da UFRS, Neuza Guareschi, que conversou com os profissionais e acadêmicos sobre Psicologia, Políticas Públicas e Processo de Subjetivação. Ela afirmou que a população que teve acesso as políticas públicas está amedrontada e com medo de retrocesso.
“É uma oportunidade de conversar com a categoria sobre o crescimento significativo da psicologia nos últimos 30 anos, que tornou-se uma profissão fundamental para discutir os problemas sociais e o cotidiano das pessoas. Assuntos como a vulnerabilidade social, racismo, segurança pública estão na ordem do dia das práticas psicólogas e precisam ser debatidas. Estamos em um momento triste, porque não sabemos como vão ficar as políticas públicas, se é que a gente ainda vai ter políticas públicas de assistência social, pois vi que o novo Governo Federal disse que o plano econômico social do país vai ter outra direção, isso significa terminar com políticas públicas”, lamentou Neuza Guareschi.
Aproximadamente 60% dos psicólogos ativos trabalham em políticas públicas de assistência social, dado significativo para a categoria. “A psicologia é fundamental na área de saúde e nos direitos sociais junto à população. Com toda a ascensão que determinadas camadas sociais tiveram no acesso aos direitos, 12 mil jovens acessaram o ensino público nos últimos 12 anos, as pessoas puderam participar enquanto cidadão, então essas pessoas têm medo do retrocesso, pois há muita coisa a se fazer”.
Na quinta-feira, será lançada durante o evento, a Campanha Estadual de Combate ao Preconceito de Usuárias/os Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Sheila Carla de Queiroz, conselheira e coordenadora da Comissão de Assistência Social, lembrou que a campanha é nacional e o objetivo é fomentar em Mato Grosso esse tema.
“São usuários do SUAS falando sobre os seus direitos conforme a política de assistência social. São usuários que sofrem de violências, com a homofobia, xenofobia, racismo, o público LGBT. Não é porque estão em condições de vulnerabilidade que não devem ser respeitados e agora mais do que nunca, tratar esse tema é fundamental. É importante despertar as pessoas para olharem o usuário, então este é um trabalho que será feito com o psicólogo, com o usuário, com os trabalhadores da assistência social e com a comunidade”.
Estudante do 6° semestre de Psicologia da Univag, Silas Ney da Silva afirmou que o congresso é uma oportunidade para agregar conhecimento. "É muito importante essa integração do conselho com os estudantes, trazendo palestras e conhecimento sobre o mercado de trabalho. Estar perto de pessoas que venceram na psicologia é interessante para nós, alunos", disse.
Prestes a se formar, a estudante do 10° semestre, Giovana, falou sobre o compromisso social dos psicólogos (a). "Durante o curso, vemos a importância dos psicólogos se envolverem nas discussões sobre temas como racismo, diversidade sexual, preconceito, temas que estão na nossa sociedade e precisamos discutir, estar engajados. Fico feliz com a participação do CRP, que desde o início do curso promoveu cursos e discussões com os estudantes", agradeceu.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação