Muitos são os desafios dos profissionais da Psicologia no Brasil que neste 27 de agosto comemora-se o Dia da Psicóloga e Psicólogo. O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP 18-MT) comemora a data, faz um alerta para a fragilidade da profissão e promove continuação das lutas a favor das políticas públicas.

Karina Franco Moshage, membro da diretoria do conselho, reforça que ao longo desses 8 anos de criação do Conselho em Mato Grosso, a profissão ganhou mais visibilidade e se desenvolveu, mas é necessário garantir mais autonomia aos profissionais.

“Principalmente em órgãos públicos, sistema prisional, no ambiente jurídico, nós temos algumas dificuldades para que outros profissionais entendam qual é o papel do psicólogo ali. Nós não podemos atestar se um fato aconteceu ou não, muitas vezes corremos o risco de descumprir o sigilo profissional. Apesar podemos dar indícios, mas quem fez a solicitação não quer isso, quer um veredito", afirma. 

De acordo com Karina, desde a implementação da data no país, são 56 anos de lutas travadas diariamente, principalmente com eles próprios, porque como ela mesmo afirma, é muito difícil tentar entender o que se passa com o outro e ainda conseguir ajudar, transformar. 

“Muitas vezes temos que trabalhar a nossa própria mente. É difícil lidar com alguém que cometeu algum tipo de crime, mas o profissional tem que cumprir o seu papel, realizando os acompanhamentos necessários. Não tem como não falar que a gente não muda... quando entramos na faculdade, já começamos a ver transformações e passamos a aceitar o outro do jeito que ele é. Nem sempre o outro é bonitinho, arrumadinho, redondinho", relata. 

A principal bandeira do CRP 18-MT neste ano, segundo Karina, é a garantia do profissional nas políticas públicas, principalmente após os desmontes de SUS (Sistema Único de Saúde) e SUAS (Serviço Único de Assistência Social). 

“A atuação do psicólogo se dá nos ambientes públicos, e a nossa luta é essa, garantir a todos as pessoas que precisem do profissional que tenham esse acesso. Não é todo mundo que pode pagar um atendimento particular. Por isso, trabalhamos todos os dias”, finaliza.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação