Investimentos em saúde pública. Essa é a principal reivindicação do Conselho Regional de Psicologia da 18ª Região (CRP-18 MT), assim como de todas as entidades representadas no Conselho Estadual de Saúde (CES-MT). Os membros do órgão colegiado se reuniram esta quarta-feira (03/04), na Escola de Saúde Pública de Mato Grosso.

“O Conselho é o principal canal que temos para cobrar diretamente dos nossos gestores o destino dos recursos da saúde pública”, ressalta a presidente do CRP-18 MT, Maria Aparecida de Amorim Fernandes. Segundo ela, é de conhecimento público a situação caótica deste setor no Estado. “E nós, profissionais da Psicologia, assim como os demais colegas de outras áreas, sofremos diariamente com a falta de investimentos do Poder Público”, acrescenta.

Uma situação alarmante que tem sido debatida nas reuniões do CES-MT é o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) Adauto Botelho, que oferece tratamento ambulatorial a usuários maiores de 18 anos. “Se a saúde clínica já não é das melhores, a saúde mental é ignorada pelo Governo do Estado. Não há prioridade nos investimentos, mesmo diante das verbas repassadas pelo Governo Federal. Os trabalhadores sofrem, mas o maior penalizado é o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Não entendo como a gestão não se sensibiliza com esse quadro”, indigna-se a psicóloga.

Apesar de Cuiabá demandar, pelo menos, três unidades deste porte, segundo o critério populacional previsto na Portaria nº 336/2002 do Ministério da Saúde, a Capital de Mato Grosso conta apenas com um CAPS, que sofre com a falta de manutenção. “Este Centro, que já foi referência em nível nacional, hoje sofre com o abandono e corre, inclusive, o risco de desabamento”, denuncia a gerente do CAPS Ad, Débora Blanco Canavarros. “Só gostaríamos que o Executivo priorizasse a saúde pública, ao invés de usar parte do orçamento para investir no financiamento de serviços privados”, completa.

Ações efetivas - Na pauta, constou ainda a apresentação do Plano de Negociação dos Repasses aos Municípios. A situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), com relação aos atrasos nos repasses e as conseqüências deste cenário, também foram discutidas durante a reunião. “Debates são importantes, mas é imprescindível que o Governo priorize a saúde pública com ações que, de fato, tragam benefícios à população, principal vítima deste descaso”, finaliza a presidente do CRP-18 MT.

 

Fonte: Pau e Prosa Comunicação