Cerca de 250 pessoas participam de passeata no Dia de Luta Antimanicomial
O dia de Luta Antimanicomial foi marcado por passeata e Teatro do Oprimido, na praça da República, em Cuiabá. As intervenções fizeram parte do terceiro dia da II Semana de Mobilização em Defesa da Saúde Mental em Mato Grosso. Cerca de 250 pessoas participaram da manifestação, sexta-feira (18) à tarde, entre eles profissionais da área da saúde, acadêmicos do curso de psicologia, usuários e familiares que utilizam os serviços voltados para a saúde mental.
Na concentração da passeata, quatro cenas do Teatro dos Oprimidos foram representadas, e abordaram temas debatidos durante a II Semana de Mobilização como as comunidades terapêuticas, as empresas sociais, os manicômios e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). As atuações receberam orientações da Cia de Teatro Cena Onze. De acordo com um dos integrantes do grupo, Paulo Fábio, a construção das peças foi baseada no dramaturgo Augusto Boal, a partir da técnica do Teatro do Invisível, com o objetivo de dar voz aos oprimidos.
Acadêmica em psicologia do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Teodora Aparecida do Santos, considerou importante a realização de uma semana para tratar do assunto. “É fundamental que haja esta discussão para que a sociedade conheça como está a saúde mental em nosso Estado, pois quem utiliza desses serviços sabe, mas quem está de fora desconhece”, avaliou.
O vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia da 18ª Região de Mato Grosso (CRP 18/MT), Luiz Guilherme Araújo Gomes, considerou essas atividades uma oportunidade de incluir a sociedade na discussão de um tratamento de saúde mental e destacou a participação dos usuários dos CAPs na manifestação. “A presença deles é um reflexo de que é possível realizar tratamentos sem internação,” observou.
Atualmente, existem 37 CAPs em Mato Grosso, um serviço aberto que iniciou em São Paulo, na década de 80, com o objetivo de oferecer atendimento à população, a partir de acompanhamento clínico com preservação da individualidade e convivência social.
A presidente do CRP18/MT, Maria Aparecida de Amorim Fernandes, falou da representação do dia da Luta Antimanicomial. “Essa luta já existe há 20 anos, e faz parte da reforma psiquiátrica no Brasil. E é importante ir às ruas mostrar para a sociedade que temos que dar atenção para a saúde pública, mas principalmente para a saúde mental,” alertou.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação