
CRP18-MT participa de simpósio sobre o “Ser Mulher” no Univag
O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) participou neste sábado (1º de setembro) do “Feminismo – 1º Simpósio Sobre o Ser Mulher”, organizado pelo Comitê Permanente em Saúde Reprodutiva Incluindo AIDS/HIV (Scora), ligado à Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA). A psicóloga Erika Aparecida de Oliveira, assessora do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), abordou o tema “Violência Contra a Mulher”.
Erika Oliveira começou traçando o histórico da violência contra a mulher, desde os primórdios até o advento da Lei Maria da Penha, que completou 12 anos em agosto. A palestrante também falou sobre o posicionamento ético e político da Psicologia e o papel do Crepop e sua contribuição para a categoria enquanto referência para atuação profissional da psicóloga e psicólogo.
As redes de atenção às mulheres vítimas de violência ganharam um bom espaço na palestra, onde Erika falou de seu funcionamento, importância e problemas enfrentados. O serviço, ressaltou a psicóloga, apesar de não ser o ideal ainda funciona melhor na Capital, já no interior do estado a situação é preocupante. Lembrou da necessidade de os profissionais que fazem esse atendimento estarem preparados para abordar e acolher a mulher vitimizada.
Além disso, ressaltou a necessidade de pensar também no agressor(a), no que o levou a cometer o ato de violência e na educação que recebeu desde a infância. “A gente acolhe a mulher, mas e o agressor? O encarceramento não é 100%, porque ele não vai sair ressocializado como a gente escuta muito falar”, exemplificou. Há que se pensar ainda nas mulheres transexuais, alertou. “Temos que fazer a discussão também para essas outras mulheres que se encaixam na população LGBT”, disse.
Programação
O simpósio começou na sexta-feira (31 de agosto) e abordou uma série de outros temas importantes relacionados à mulher e sua condição, explicou a coordenadora do evento, Viviane Arruda, estudante de Medicina e diretora do Scora. Começou com a definição do termo Feminismo, com a participação de Ivna de Oliveira Nunes, do Núcleo de Pesquisa sobre a Organização da Mulher e Relações de Gênero (Nuepom).
A ginecologista Aline Bruehmueller Ale falou sobre aborto no âmbito médico, enquanto a advogada Thais Brazil explicou no âmbito social e do Direito, além de esclarecer o que é Feminicídio. A nutricionista e professora do Univag Paula Pexe A. Machado abordou a questão da aceitação corporal, enquanto a nutróloga Mariana Nascimento enveredou pelo lado do “Preconceito na Profissão”.
Numa roda de conversa, a mulher trans Raphaely Luz fez um relato de sua vida e da luta por seu lugar na sociedade, além de falar sobre a definição do que são mulheres e homens transgênero. A sexualidade ganhou espaço com a participação de Anna Isabel Araújo Vaz, que também falou sobre algumas características relacionadas aos vários perfis dentro da população LGBT. “A gente quis mostrar a questão e as definições para as pessoas entenderem e se posicionarem”, frisou Viviane. O tema violência contra a mulher foi abordado ainda por Nara Nascimento, que é enfermeira e presencia casos no seu dia a dia como profissional.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
Fotos: Pedro Ivo